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Povos Indígenas isolados ou em contato inicial

Povos Indígenas isolados ou em contato inicial

Povo Mashco. Foto: FENAMAD

Povo Mashco. Foto: FENAMAD

PIACI - Povos indígenas isolados e contato inicial

Sem contato com as sociedades nacionais prevalentes, os PIACI preferem se manter afastados das relações com não indígenas

No polo oposto daqueles povos que participam de algumas ou várias esferas da sociedade não-indígena, estão os povos indígenas em situação de isolamento e contato inicial. Trata-se de povos que não foram colonizados e que não têm relações permanentes com as sociedades nacionais prevalentes na atualidade. Vários estudos e relatos indicam que esses povos decidiram se manter afastados das relações não-indígenas em virtude dos efeitos danosos desencadeados por situações coloniais. Na Pan-Amazônia, estes povos se encontram na Bolívia, Brasil, Equador, Peru e Colômbia.

O avanço de projetos de desenvolvimento, tais como rodovias, mineradoras e hidrelétricas, somados às atividades ilegais como a pesca, tráfico de drogas e garimpos, são ameaças iminentes à integridade física, cultural e territorial desses povos. Por isso, ações imediatas devem ser feitas pelo Estado visando protegê-los e ao mesmo tempo respeitando sua autonomia. O reconhecimento legal de seus territórios tradicionais, assim como a garantia de inalienabilidade, inviolabilidade e indivisibilidade desses espaços é essencial para o destino desses povos.

Além das ameaças territoriais, esses povos estão mais vulneráveis a doenças infectocontagiosas quando em contato com estrangeiros, pois não possuem memória imunológica aos agentes etiológicos comuns na sociedade majoritária. Isso se deve ao fato de seu próprio isolamento físico e por nunca terem recebido imunização ativa por vacinas. Historicamente, as epidemias - principalmente influenza, sarampo, catapora, malária e tuberculose - estão associadas à alta mortalidade entre indígenas após “contato” com outras populações ou com agentes governamentais.